Todos os anos por estas datas,
lembrámo-nos do nosso admirado Tagore. Igual que fazia Risco em La Región
dedicándo-lhe algum artigo ao vate bengalí. Que faleceu precisamente o 7 de
agosto de 1941, faz agora 67 anos. Já todos sabemos que o introductor de Tagore
em Espanha fora Don Vicente. O que em novembro de 1913 pronunciara uma muito
completa conferência no Ateneo de Madrid dedicada ao escritor de Bengala. Que vinha
de obter o Prémio Nóbel de Literatura aquele ano. Risco traduziu vários poemas
tagoreanos para as revistas ‘La
Centuria’, ‘A Nosa Terra’ e ‘Nós’. Mas, ademais de Risco, outros
galegos e galegas admiraram também
a Tagore, e algúns mesmo
receveram nom poucas influências
literárias das suas obras. Em
primeiro lugar temos a Joám Vicente Biqueira (1886-1924), que fora professor no
Instituto da Corunha, a onde ia dar aulas desde Betanços. Aínda hoje se
conserva o seu paço de S. Fiz de Vijoi no concelho de Bergondo, e no seu quarto
o seu piano. Biqueira comparava a Tagore com Castelao, sem faltar-lhe razóm ao
professor, membro da Instituiçóm Livre do Ensino de Giner e Cossío. Por isso em
A Nosa Terra do 10 de abril de 1920, entre outras cousas, diz:(...) ‘Tagore, o poeta mais universal dos
nossos dias, o admirado no mundo inteiro, o grande entre os grandes, quém é? Um
bengalí e que escreve em bengalí, uma nobre língua da Índia que quase ninguêm
entende em Europa’. Mais
adiante compara a Tagore com o nosso Castelao. Porque antes de ser artigo este
foi uma conferência pronunciada por Biqueira no ano 1920 na Corunha, com motivo
da abertura duma exposiçóm de obras do rianjeiro. Logo no 1974, ao
dedicar-se-lhe as Letras Galegas de esse ano, este texto foi publicado no seu
estupendo livro que é ‘Ensaios
e Poesias’.
A outro admirador de Tagore, que
conhecimos personalmente quando era concelheiro em Noia, Antônio Avilês de
Taramancos (1935-1992), dedicaram-lhe as Letras Galegas de 2003. A Avilês
pasou-lhe como a outros muitos poetas, entre os que contamos a Neruda, Jiménez,
Aleixandre, Alberti, Octávio Paz, Gabriela Mistral e Cecília Meireles, que
gostavam muito do tagoreano livro de poemas de amor ‘O Jardineiro’.
E do que receveram muitas influências
(aí está o caso do poema parafraseado por
Neruda em Vinte poemas de amor). Avilês pronuncia já em fevereiro de 1954, na
cidade da Corunha, uma conferência sobre a poesia de Tagore, da que tanto
gostava. Logo no número 21 de ‘Luzes
da Galiza’, de fevereiro de
1993, baixo o título de ‘R. Tagore, poeta sem tempo, nem
distância’, sae à luz um trabalho do poeta de Taramancos.
Na primeira página dum diário
corunhês, o grande pensador, jornalista e escritor Vilar Ponte, publica o 19 de
dezembro de 1913 um muito interessante artigo sobre Tagore. A Condesa de Pardo
Bazán, dona Emília, no ano 1921 escreve sendos artigos sobre Robindronath en ‘La Nación’ de Buenos
Aires e no ABC de Madrid. A condesa gostava muito do teatro tagoreano, e
especialmente da obra ‘Sacrifício’. O ano 1961, por ser o do centenário do nascimento de Tagore, é muito importante, pois som
reeditadas as suas obras e som muitos os que se lembram de ele e escrevem
livros, artigos e depoimentos. Por isso nom podiam faltar os galegos que o
admiravam. Em diversos jornais e revistas escrevem sobre o educador-poeta
bengalí, Fernández del Riego, A. Vilanova, Manuel Fabeiro, Dionísio Gamallo,
Borobó, Garcia Nieto, Cristina Picos de Amenedo e José Luis Varela. Entre os
ourensanos devemos destacar as lembranças tagoreanas de Pura Vázquez, que lhe
dedica formosos artigos ao largo de vários anos, pois gostava muito da poesia
de Robindronath. E a inspectora de ensino Joaquina Gallego, com sendas
colaboraçoes em ‘El Pueblo
Gallego’ e na revista ‘Educadores’.
Quém suscreve tem a melhor
biblioteca dedicada a Tagore com livros em todos os idiomas do mundo, formada
desde o ano 1964. Leva publicados ademais infindade de artigos dedicados a
Tagore em numerosos jornais galegos e portugueses, em revistas como ‘Padres y Maestros, BILE, Agália, The Visva-Bharati Quarterly,
a bengalí Jignasa, A Peneira,
Comunidad Educativa, Semanário Minho’,
etc. Um dos jornais nos que mais se tem publicado sobre Tagore é o nosso La Región. Em grande parte devido a Risco,
que sempre se lembrou do poeta nos anos 30, 40, 50, e, especialmente, nos 60
antes de morrer. Nós temos publicado também muito sobre Tagore, Santiniketon e
a Índia. Sem embargo, queremos destacar o artigo publicado no nosso La Región o
14 de janeiro de 1962, no que se cita aquele formoso treito tagoreano que diz: ‘Encontrei em Europa um
cristianismo de domingo e um paganismo de diário. Já nom hai coerência entre
religióm e vida’. Com quanta
razóm fala Robindronath!
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