lunes, 23 de marzo de 2020

“A filha do mercador” de Carlos Carvalheira.


O “almocreve”(mercador) Romasanta leva mercadorías dun lado para outro, atraído polas mulleres coas que se cruza, por exemplo Catalina, preto de León, pero será a nena Margarita á que non resista o desexo de posuír riquezas.

Em silêncio, mirava Romasanta as brasas incandescentes. Distante, ia desenhando no ar grandes círculos luminosos com a ponta de uma verga de giesta em brasa. Andava-lhe o pensamento nun bulício interminável. No rostro pálido de lobo açaimado, cintilavam frouxos os olhos mortiços, cor de fogo, a lembrar jóias que perderam o vigor. As mais das vezes só, mercanciava de porta em porta, carregando as mulas que, quase sempre, tomava de empréstimo em casa do prior de Rebordechao.”

Carvalheira, Carlos. “A filha do mercador” en V.V.A.A. Contos do sacaúntos. Romasanta o vagabundo. Dr.Alveiros, da Fundación Vicente Risco. 2019. Páx. 30.

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